(E.P. acrílico em painel 40x50)
Os "palhacinhos" servem apenas para ilustrar o pensamento do dia.
Hoje apetece-me tornar público que agradeço, todos os dias, interiormente, às pessoas que, ao longo da minha vida, me amaram.
Sei que sou afortunada por ter tido ou ainda ter esses amores.
Só não sei se teria sido capaz de amar alguém como eu... e muito menos de o fazer durante tantos anos.
Desta já tinha saudades...
Voltei a revê-la hoje, ao fim de dois anos bem entregue à amiga que a inspirou.
Serviu para lhe fazer uma homenagem a ela, à sua força e determinação.
Serve sempre, para mim, para demonstrar que a batalha dela e de tantas mulheres, apesar de hercúlea, foi vencida. Porque é possível vencer batalhas, por mais difíceis que se apresentem, quando se é grande de espírito.
Não sei se fiz pela minha amiga, durante essa batalha, tudo quanto ela precisava. Mea culpa. Mas não passa um único dia em que eu não pense nela com grande orgulho.
Por cada sorriso com que nos presenteaste durante as tuas provações, um muito obrigada.
És uma grande Mulher.
(para a Mizé, com um abraço)
Pintei esta ontem de manhã, quando cheguei a casa.
Não era bem nisto que estava a pensar e as cores iniciais hão-de surgir numa outra ocasião.
Mas desta vez, saiu assim... como tanta coisa nesta vida que não era exactamente desta ou daquela forma que a tínhamos imaginado, que nos merece esforço, empenhamento e dedicação e que no fim, resulta diferente. E de cujo resultado, afinal, gostamos. Gostamos tanto que reflectimos sobre se, afinal, vale a pena estabelecer metas assim tão bem delineadas. Talvez seja preferível apostar no essencial do que queremos e apreciar os pormenores de cada conquista, por si, como um prémio surpreendente. Talvez poupe nas desilusões.
Ou não...
[ ao som de Chasing Cars - Snow Patrol (obrigada rato, meu amigo) ]
(...)
It's 4:30 A.M. on a Tuesday
It doesn't get much worse than this
In beds in little rooms in buildings in the middle
of these lives which are completely meaningless
Help me stay awake, I'm falling...
Asleep in perfect blue buildings
Beside the green apple sea
Gonna get me a little oblivion
Try to keep myself away from myself and me
I got bones beneath my skin, and mister...
There's a skeleton in every man's house
Beneath the dust and love and sweat that hangs on everybody
There's a dead man trying to get out
Please help me stay awake, I'm falling...
Asleep in perfect blue buildings
Beside the green apple sea
Gonna get me a little oblivion baby
Try to keep myself away from me
Counting Crows - Perfect Blue Buildings
Hoje começo a saga dos buracos.
Não sei exactamente quantos buracos já produzi... estou pior que o George Lucas...
Este foi mais ou menos assim:
"Ah e tal, porque prometeste uma tela aos miudos e a casa está a estrear e devias cumprir..."
"Tá bem!" E pronto, numa tarde solarenga, apareceu isto...
Deve ter sido um dia normal, em que eu era uma mulher absolutamente normal. Por isso é que a outra dizia que qualquer um pinta uma coisa destas.
Mas eu tenho é queda para este tipo de sinistro. Ou então, já fui toupeira, noutra vida.
Whatever...
Intenção de ontem para post de hoje.
Cansaço, raiva, impotência...
Não sei exactamente que pequeno drama interior inspirou esta tela.
Mas é óbvio que era violento.
A agressividade, em sentido literal, regressa, a espaços.
Ontem era assim.
Mas já passou.
Esta é dedicada a Plutão.
Para castigo, e em compensação, arranjei mais quatro Martes para fazerem companhia ao planeta que ainda (repito, ainda!) faz parte do nosso sistema solar.
Se se lembram de me interromper a ladaínha, fico possessa.
E para mim, o pequeno Plutão vai ter sempre lugar no meu imaginário.
Eu, que sonhava ainda ter tempo e oportunidade para explorar a última fronteira, não vou deixar que me encolham ainda mais o horizonte.
Cinco Martes, pois então!
Comecei a pintar em 2000, depois de ter recebido um cavalete e uma caixa de tintas como prenda de Natal.
Sempre fui dada às minhoquices do bricolage e o parceiro deve ter achado que pintar podia ser uma forma de me distrair e ter um passatempo.
A primeira tela que pintei demorou meses. Era um painel grande a óleo, talvez 80x60 e "retratava" um monumento que é património da Humanidade. E que por acaso é um dos ex-libris da minha terra. Ficou tão lindo ou tão feio que me escusarei, com todas as minhas forças, a mostrá-lo em público. Mas o meu pai gosta. Os pais têm destas coisas.
O segundo trabalho primou pela modéstia. Quer no tamanho, quer no objectivo. Convenhamos que me saí francamente melhor. Mas também, o mar e a lua, de noite, são fáceis de pintar.
Depois parei. Por falta de tempo que era gasto noutros projectos, por desencanto com a demora dos trabalhos a óleo, sei lá.
Regressei à companhia dos meus queridos pinceis e tintas em 2004/05.
Descobri as vantagens do acrílico que, apesar de não oferecer texturas tão ricas em cor, me permite colocar na tela em tempo record aquilo que me vai surgindo. Porque, como em muitas outras coisas da vida, eu empenho-me mas gosto de ver resultados. De contrário, esmoreço.
E tem sido assim.
Não sei ao certo quantas telas tenho espalhadas por aí. A maior parte delas foi pintada propositadamente para o actual proprietário. De algumas não tenho sequer foto.
Ultimamente, surgem-me ideias em catadupa. Já nem dou vazão.
Tenho de arranjar um patrocinador!
Aqui ainda andava a tentar conformar-me com a minha falta de jeito para o desenho.
Talvez por isso tenha feito um par. Na dúvida, ficam já dois. Depois, logo se vê.
E foi o que se viu.
Não se trata de nenhuma prova de um qualquer teste psicotécnico.
Nem tão pouco um exercício ao estilo Professor Amba, para hipnotizar os incautos e obrigá-los aos mais estapafúrdios comportamentos.
É apenas introspectivo.
Porque a maior parte das vezes é preciso dar milhentas voltas para atingir o âmago da questão. Mesmo quando a questão é apenas o nosso eu.
O amigo a quem o ofereci, porque foi para ele que o pintei, já chegou ao cerne de ele próprio. Não tem grandes dúvidas existenciais. Mas continua a fazer o percurso interno da espiral. Quando se é metódico por natureza, não se descuram exercícios de verificação. Não vá o Diabo tecê-las. Outra vez.
(... esta é uma pequena homenagem à grandeza desse amigo essencial)
Sou uma mulher de fases.
Passei horrores com a plataforma dos 30. Aos 29,75 já tinha como certo que o mundo ia acabar no dia fatídico e pesava todo o meu percurso, medindo as fracas possibilidades que, julgava eu, se colocariam à frente. Achava que tinha vivido pouco e que nada tinha conseguido. Aos 30,01 reparei que ainda era uma criança. Olhei para trás, ri-me dos meus dramazinhos e avancei.
Acreditam que aconteceu tudo de novo, com mais ardor, aos 39,75????
Foi terrível. Pintei isto.
Já me ri e já empreendi de novo a caminhada.
Acho que sou feliz.
Pelo menos estou nessa fase.
Este deve ser o que tem o nome mais original e inusitado!
Não são balões, são bolas mesmo.
É cor tratada com a raiva de um garfo. Literalmente.
Mas como não rumino as minhas dores, já não me lembro que raiva era...
Sou uma alma a cores.
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