Olá a todos.
Obrigada a quantos me continuam a visitar, apesar da falta de novidades.
Alguns saberão por experiência própria que a vida nos prega as maiores partidas.
Por mais que saibamos que o caminho é feito de injustiças, às vezes cometemos a imprudência de dar a felicidade como garantida.
E quando o céu nos cai sobre a cabeça, é tarde de mais...
Muitos foram os factores que contribuíram para o estacionamento dos meus pinceis.
Confesso que voltei a pintar agora e que continua a dar-me muito gozo...
Mas nada é como foi...
E associada à felicidade de ter pintado, de ter visto reconhecido o meu trabalho, está uma tonelada de coisas que preciso muito de esquecer.
Por isto e mais algumas coisas, decidi correr com as provas lá de casa...
Provavelmente, não terei grande sucesso, mas sempre arejo isto.
Resolvi leiloar tudo o que pintei e que ainda mantenho comigo. E quando digo tudo, é mesmo tudo... desde que não tenham sido oferecidos, são vossos, pelos preços que propuserem.
Se alguma das telas aqui mostrada vos interessou, chutem um numero.
A maioria conhece os meus endereços mas deixo aqui um para facilitar:
Ajudem-me a pôr uma pedra no assunto.
Bem hajam, um abraço
(Fotos e edição PL, todos os direitos reservados)
Eis o filme da coisa:
A correria começou às 14H00.
Carreguei as tralhas no carro e fui buscar a minha amiga São, manager do evento.
Eu: "Ó melher, ainda temos de ir buscar os coisos, que estão no serviço! Não tive tempo de os carregar de manhã, tu sabes bem as voltas que uma tipa tem de dar para ter a vidinha em ordem!"
A São: "Ai Jesus, mas então a que horas é que nós vamos estar no Galitos? Vou cravar o Pedro para ele se encontrar com o Sr. José Alexandre e ficar com a chave!"
Enquanto se faziam os trajectos, de telefone em riste, lá se resolveu a "piquena" dificuldade, que não era dificuldade pois o co-manager já ia a caminho.
Os coisos lá saíram do quarto dos fundos, enfiaram-se na mala e no banco traseiro do carro e lá foram eles passear até à Baixa.
Chegadas "ambas as duas" (hehehehe) com os coisos ao GalitosCaffe, já nos aguardavam os primeiros compromissos com a comunicação social (ah pois é!).
Penduraram-se os ditos num abrir e fechar de olhos, que o Galitos Caffé tem um sistema muito prático de calhas e ganchos em cabos transparentes. Não havia espaço para as onze telas, ficaram duas sobre o piano e a "Teimosia..." a desafiar a sala em cima de uma mesa.
Com o tempo a fluir ao ritmo das pressas mas sem stress, tratámos do catering do evento.
A São passara a manhã de volta dos "forra-estomâgos" e faltou apenas armar os canapés que, dispostos nos pratos "a dar", sobre as toalhas "a dar", fizeram uma mesa elegantíssima! Parecia um filme!!
Os amigos começaram a aparecer, ainda houve tempo para mais uma entrevista e fotos a combinar e pelas 18H30, sensivelmente, o Galitos Caffé tinha a sala muito composta. Era altura de, na presença dos elementos da Direcção do Clube dos Galitos e de todos os que quiseram juntar-se a esta festa, brindar a novos desafios e futuras vitórias.
Fui presenteada com flores e uma serigrafia alusiva a uma das actividades do Clube.
Fui agraciada com os sorrisos e a companhia calorosa dos amigos.
Que mais se pode pedir?
Agradecimentos públicos porque justos e merecidos (e principalmente porque eu quero fazê-los aqui!):
Obrigada à minha querida amiga São, que stressou, cansou-se mas não desarmou e empurrou a coisa para a frente com muito pulso e sempre com muita classe. Em retribuição, espero ter contribuído para lhe demonstrar o seu elevado valor a todos os níveis.
Obrigada ao co-manager, Pedro L, que montou, editou e concretizou toda a parte gráfica que sustenta o evento, para além de ter gerido os contactos institucionais e informais com muito profissionalismo.
Obrigada ao meu amor, companheiro, sócio, parceiro e tudo e tudo, que está sempre aqui coladinho ao meu lado, haja o que houver.
Obrigada aos elementos da Direcção do Clube dos Galitos, por terem acolhido a iniciativa e por marcarem presença na abertura.
Obrigada à gerência do Galitos Caffé, actual fiel depositária e promotora das minhas coisas.
Obrigada a todos os amigos que brindaram comigo ontem, em presença ou em espírito.
E foi assim, mais um passo deste caminho.
Com o suor da São e do Pedro, aqui a vossa amiga vai mostrar os rabiscos novamente.
Desta vez, a coisa vai desenrolar-se na Sede do Clube dos Galitos, em Aveiro e ajuda a comemorar o 105º aniversário daquele clube.
Esta vai ser a primeira exposição verdadeiramente pública, em casa.
Os rabiscos vai ficar emoldurados pelas vistas do Canal Central.
Assim haja máquina para registar o enquadramento e mostrar-vos-ei o resultado final.
Continuem a torcer por mim, como têm feito.
Obrigada
Toda a Pintar de Galo
Nem sei como dizer isto...
E também não consigo manter segredo mais tempo.
Tenho os coisos expostos desde o dia 26!!!
É verdade.
Em condições muito especiais, tenho onze das minhas telas expostas no Claustro do Antigo Convento de Santo António, em Aveiro.
Embora o sentimento não seja geral, é bom ver aquela cor a alegrar um local tão cheio de significados, não só pelo seu valor como património como principalmente pela carga emocional que transporta.
Até ao próximo dia 03, por alguns e contra muitos, vou continuar a enfeitar aquela brancura.
(Ah e a tal história do amor à camisola aplica-se, digam o que disserem.)
"Demo"
Pastel seco 15x25
"Vaso"
Pastel seco 15x25
Ora bem, como é que se puxa a orelha a nós próprios?
Primeiro, um abracinho para quantos não desistiram de vir espreitar-me.
É verdade que a musa parece ter-me abandonado, mas como diz o meu querido mano, eu não posso deixar-me derrotar por uma musa que me vira as costas!
É verdade que era Verão e tenho uma quantidade de coisas para fazer nessa altura. Trabalhei sem rede e fui de férias.
Tal como ameacei em post anterior, decidi imitar a minha amiga Sara ( sim, que eu sou uma Maria vai com as outras!) esperançada que na praia me ia dar para "garatujar".
O pastel seco é mais fácil de transportar e comprei, para além de 24 meios-paus do dito, um bloco com o pomposo nome de "caderno de viagem" (tshhhh!).
Assim que trouxe o material da loja e mais uma vez como é típico cá desta vossa amiga, pus-me logo a ver como funcionava a coisa.
Fiquei um bocado desiludida, é certo. Ou foi do modelo, um dos dois girassois que tenho colados na porta do armário da cozinha.
Ainda assim lá foram o caderninho e a caixinha das cores, arrumados num saco todo sopimpa, para os Algarves e tal.
Vieram tal e qual foram.
Já regressei ao trabalho e novamente com rede.
Gosto infinitamente mais com rede mesmo quando me enervo e desgasto( rabisquei uma porcaria a propósito e chama-se "mal entendido").
Quero voltar a fazer as coisas que me dão prazer.
Esta semana a minha metadinha disse-me que eu tinha o coiso cheio de teias de aranha.
- Pois tenho, mas não me apetece pintar.
Hoje agarrei no bloco e compus o girassol. Fui cruel e atei-o num vaso. Que se aguente que eu tambem tenho os meus atilhos.
E rabisquei algo com cor, num clássico moderno com a doçura no olhar, como a minha metadinha. (Se me leres, é para ti assim que eu compre um fixador para lhe pôr!)
E prontus, afugentei as coitadas das aranhas.
Hoje não trago nenhum dos meus borrões.
Até porque há já algum tempo que não borro nada, para além da vidinha.
Devo estar prestes a pegar no coiso outra vez...
Embora a musa tenha emigrado, começo a sentir formigueiros...
A culpa vai ser da Sara!
:)
(Desculpem-me por vos fazer espreitar em vão. Mas por favor, continuem... Um dia ainda vos surpreendo!)
Eu bem tento mas isto é como quem me veste um coletinho de forças...
Por um lado sinto-me apertada, constrangida na rigidez destas linhas...
Mas o insucesso dá-me ganas de voltar a insistir.
Um destes dias vou dar comigo a pintar segmentos de recta, tangentes e secantes com a maior das naturalidades...
Ou não!
"Quando olhas as entranhas de ti próprio
E vês apenas o reflexo do calor a que te permitiste
Perguntas que fogo te consumiu e como te apagaste
Se tanto tinhas para dar e nada deste.
Não julgues que o que vês é o que foste
Porque na verdade não foste nada, foi um logro
E no final nem chama nem cinza
Choras o infortúnio e derretes a negro a luz mortiça."
"Não quero mais ser cinzento
Ser o reflexo da luz ou da sombra dos outros
Quero ser a água, o espelho em si
Quero beber as formas, as cores
E quero sentir.
Sentir com estas mãos, com estes olhos
Encher o coração de alegria e cicatrizes
Moldar o corpo ao meu desejo
Soldar a memória a quanto dizes
E não deixar que me levem de ti
Não permitir que cortem o fio
Fazer finca-pé e teimar sempre
Para ser mais eu, para sermos nós
Para haver o hoje e o amanhã."
in http://queenofspades.blogs.sapo.pt
Quem disse tamanha barbaridade fui eu...
E como tantas outras vezes, estava enganada.
No sábado passado, apesar do grande nervosismo, dei-me conta que sou feliz.
Saímos de Aveiro de manhã, depois de entregar o miudo a uma amiga querida.
Seguimos estrada fora, nós e duas amigas, minhas colegas, que trouxeram uma outra amiga.
Almoçámos em Alcaria, Fundão. Foi um almoço descontraído, divertido, pontuado de chamadas de amigos. Confesso que me emocionei ao telefone e que não tive vergonha de chorar à mesa. Ninguém se importou. Comemos "Panela de Forno" e bebemos vinho. Estava calor. Ou era eu que tinha...
Chegados a Idanha e ao Centro Cultural, já a minha querida, querida Sandra estava à espera. Colocámos os títulos nas telas, que estavam dispostas nas paredes de uma ampla sala rectangular.
A partir daqui o tempo disparou... não devo ter deixado de sorrir um unico momento... eram os rostos dos amigos, que percorreram centenas de kilometros para me acompanhar, os que tinham prometido que vinham e os que haviam lamentado não poder estar... eram os meus pais, a minha irmã, os primos, os cunhados, as crianças... as senhoras dos grupos da Zebreira e de Penamacor... os ramos de flores, os bombons... os discursos de agradecimento... e o meu amor a filmar e a dar uma palavra a todos...
E falei! Consegui falar!
Não manifestei publicamente o quanto estou agradecida à Sandra, mas ela sabe que estou... infinitamente agradecida.
Não agradeci aos amigos porque sei que estiveram presentes de coração e conto retribuir-lhes todos os dias.
Ao fim do dia, no conforto dos braços de quem me quer tão bem, senti o doce cansaço a invadir-me, um misto de felicidade alcançada e abandono físico.
Fui capaz...
Sou capaz.
(As palavras não são suficientes para demonstrar como estou agradecida... lembrem-se do meu sorriso, do meu abraço... obrigada.)
Com o grande empenho e toda a energia da minha querida amiga SV os meus rabiscos vão a público no próximo dia 08 de Março, em Idanha-a-Nova.
Por mais que pareça oco, é verdade que nada disto seria possível se eu não estivesse rodeada por pessoas como vós, que me tem dado todo o ânimo e inspiração.
Esta é a hora de muitas revelações, como podem verificar.
Ficam todos convidados!
A cara Lena teve a cortesia de ajudar a quebrar a estagnação que reina aqui no meu coiso. Fico muito contente com o prémio, que agradeço com um grande sorriso.
Agora vamos cá transmitir a graça aos blogs que espreito diariamente e que o merecem de verdade e que recomendo vivamente.
A querida Lua de Sol no seu http://asaspavoar.blogs.sapo.pt/ ;
A grande Mikas com o seu http://milcores.blogs.sapo.pt/ ;
A enérgica SV no cantinho http://portadavila.blogs.sapo.pt/ ;
O caro Wings em http://palavrasnuas.blogs.sapo.pt/ ;
A doce Fabiana no seu http://sentimentossoltos.blogspot.com/ ;
O meu fantástico mano no http://damularussa.blogspot.com/ e
A nossa ragazzina com o http://hologramasdemim.blogs.sapo.pt/
Regras:
1. Este prémio deve ser atribuído aos blogs que considerem serem bons, entende-se como bom os blogs que costuma visitar regularmente e onde deixa comentários.
2. Só e somente se recebeu o “Diz que até não é um mau blog”, deve escrever um post: Indicando a pessoa que lhe deu o prémio com um link para o respectivo blog; A tag do prémio; As regras; E a indicação de outros 7 blogs para receberem o prémio.
3. Deve exibir orgulhosamente a tag do prémio no seu blog, de preferência com um link para o post em que fala dele.
4. (Opcional) Se quiser fazer publicidade ao blogger que teve a ideia de inventar este prémio, ou seja – Skynet - pode fazê-lo no post.
Agora, façam com isto o que vos aprouver!
:))
Mais uma vez as constelações, a lua, o espaço...
As Plêiades, as Ursas, Orion...
O Tudo e o Nada que me cansa e me faz falta todos os dias pares... e ímpares...
Quem dera ter uma porta para lá...
A querida milsorrisos teve a gentileza de me incluir nos desafios que lançou após ter respondido a umas perguntazinhas, passando-as aos seus companheiros destas coisas.
Curiosamente, como vos dirão muitas das pessoas que julgam conhecer-me, é um desafio à medida, pois que gosto muito de coisas. Serei uma materialista, e depois? Acreditem que quem mais perde com a mania sou mesmo eu...
Então, vamos lá...
a) 5 bens materiais que tiveste no passado. Já não os tens e sentes saudades ou nostalgia por eles:
1. Um Peugeot 205 CTI, que ainda agora é fonte de muitos sonhos, bons e maus
2. Algumas das peças de roupa que fiz para mim e com as quais julgava que parecia diferente das outras miudas
3. Livros que li e que adorava reler
4. (estranho, não me lembro de mais nada...)
b) 5 bens materiais que possuis actualmente, os de que mais gostas e não vives sem:
1. a casa
2. o carro
3. os livros
4. o computador
5. o dinheiro, que embora sendo pouco, me permite manter o que refiro acima
c) 5 bens materiais que pensas adquirir nos próximos 5 anos:
1. um pedaço de terra que me aumente o pátio
2. três fiadas de tijolo que permitam fazer do sotão um outro piso, com milhentas ideias para uma suite, uma sala de pintar e tal e tal
3. um carro igual ao meu, mas outra vez novo
4. um aparelhometro que leia uns dvd de vez em quando
5. seiscentas duzias de botas e sapatos e sandálias e chinelos!
d) 5 bens materiais que gostaste de oferecer a 5 pessoas diferentes:
1. a Psp ao filho, principalmente por ter sido prémio de tão boas notas
2. a câmara de filmar ao sócio que permitiu imortalizar tantos momentos maravilhosos
3. uma tela com a Charola ao meu pai
4. um relógio à Mané
5. uma fita para a guitarra ao Alexandre
e) 5 bens materiais que sonhas vir a ter, mas sabes que não vais ter:
1. um Q7
2. um monte no alentejo
3. uma piscina no jardim cá de casa
4. uma exposição em Lisboa
5. umas férias num país tropical, à grande
Já mostrei o meu lado puramente materialista.
Façam o mesmo, se conseguirem
:))
Pensamento de fim de ano:
Mais valia não ter pensado.
E não ter sentido.
Tenham um óptimo 2008 e seguintes...
Um presente para quem não precisa de presentes porque é capaz de conseguir tudo o que deseja, tal é a força, a vitalidade e a confiança na vida.
Que tenha sempre saúde para caminhar em frente com essa determinação.
(para a Sameiro, com um beijo especial)
Such a shame
Number me with rage
It's a shame
Such a shame
Number me in haste
Such a shame
This eagerness to change
It's a shame
(Talk Talk, Such a shame)
Andava ali a arrumar o caixote das telas quando encontrei este desgraçadinho...
Desgraçadinho em três actos.
Para não deixar isto em banho-maria, como diz uma outra bloguista de letras e de pinceis, resolvi deixar o desgraçadinho em exposição...
Pode ser que colha...
Eu não tenho lá muito jeito para estas coisas mas não podia deixar de alinhar na proposta que a minha querida amiga SV fez no seu blog http://portadavila.blogs.sapo.pt/
Com ânimo, cá vai!
O que te choca: a injustiça e o desperdício
O que te arrepia: giz a riscar mal no quadro, esferovite no vidro
O que te excita: a novidade
O que te solta: bons argumentos
O que te faz rir: quase tudo, sou sorridente por natureza
O que te faz chorar: quase tudo, comovo-me com facilidade
O que te causa náuseas: sangue de gente viva
O que te falta para seres feliz: provavelmente nada
O que te traz infelicidade: não ser aceite como sou
O que te magoa: a mentira e a deslealdade
O que desejas: que o meu filho possa sempre orgulhar-se da mãe que tem
O que receias: não conseguir ver o meu filho tornar-se num adulto consciente e responsável
O que não queres perder: as pessoas que amo
O que queres alcançar: a tranquilidade de espírito
Uma data que abomines: nenhuma
Uma festividade que adores: o meu aniversário, é mais forte que eu
Uma qualidade que aprecies numa pessoa: boa avaliação de carácter
Uma característica que abomines numa pessoa: a falsidade
Uma mentira que tenhas dito: já disse imensas e pior que isso, omiti verdades... mas nunca para magoar o próximo
Uma nostalgia: a infância
Agora acho que tenho de passar a batata quente a outros...
Os blogs que mais leio já foram nomeados, por isso vou dar lugar a outros, que também espreito e aos quais nunca aqui fiz referência.
1. A minha nova amiga Sara com o seu blog http://tintasepinceis.blogs.sapo.pt/
2. O meu mano mais querido no seu blog http://damularussa.blogspot.com/
3. O caro wings com o seu blog http://palavrasnuas.blogs.sapo.pt/
Chega de moer a cabeça aos parceiros...
Inexorável: (z), adj. m. e f. 1. Que não cede. 2. Que não se move à compaixão. 3. Austero, imparcial.
Inexorável como o tempo e os outros... que nos trituram, nos moem, nos fazem em mil bocados e nem sequer olham para trás para soprar o pó dos nossos restos...
A vida é uma verdadeira montanha russa.
Tão depressa nos leva às nuvens como nos arrasta para as profundezas dos abismos.
Numa corrida contra o tempo, porque nesta viagem não há forma de travar ou voltar atrás, os sentidos elevam-nos e empurram-nos num turbilhão de contrários.
No fim, o trilho simplesmente acaba...
E o que fica é apenas a viagem em si.
Tomem fôlego e agarrem-se bem.
E façam figas para que o coração aguente.
Há desilusão sem ilusão?
O sonho é uma ilusão?
Combates o sonho?
Não fujas das desilusões,
Elas são o brinde foleiro do prazer de sonhar.
E também fazem de nós aquilo que somos.
Não me deu o frenesim, não...
Dei com este aqui esquecido na pasta, deve ser o antepassado do "Patchwork" (hehehe)
Ah e não é dedicado a ninguém!
Já agora, atem-me os pinceis...
Só quando olhamos para trás conseguimos ver os danos provocados, com cada pedrada que atirámos.
Só quando espreitamos o passado vemos as crateras áridas e ocas, com cada bomba que lançámos.
Só quando viramos os olhos para o caminho percorrido percebemos que de tanto arrastar os pés deixámos sulcos que se encheram de raiva e ódio.
E continuamos o trilho, com o coração aberto... Tão patetas...
Virados em frente, com recaídas no retrovisor.
Mas também...
De costas voltadas não se vê o futuro, como diz o outro.
Preenche os vazios do teu coração.
Cala a solidão que prezas com a música dos amores fingidos
Grita ao vento que te deixaram aqui, abandonado
E confia que, mais uma vez, um outro coração te devolve o brilho do olhar.
Mas não te esqueças:
Retribui o amor que te dedica.
Não na mesma medida nem como contrapartida.
Só porque sim.
Eu queria elogiar a diferença.
Queria dar cor aos dias menos bons e acalmar o entusiasmo dos dias radicais.
Provavelmente quero só fazer parte.
E continuar a achar que os herois existem, disfarçados de pessoas com virtudes e defeitos.
(...para um grande heroi, daqueles que queremos ser quando formos grandes)
... agora novidades, só quando estiver tudo bem definido.
Depois vos conto.
Ando com ataques daqueles engadanhados... e a falta de jeito para o desenho a dar cabo de mim...
No cavalete estão três telas... ao monte... e no chão mais duas... que me parece que ainda levam mais uma camadita de gesso e zás, tudo de volta ao início...
Tenho que pôr a secretária em ordem... quando a cabeça aliviar, a inspiração volta...
... espero eu...
Não desanimem, fiquem comigo, preciso das vossas visitas...
Bem hajam.
Mas volto...
Até Setembro.
Hoje conta mais um no contador da vida.
Não parece nada que a segunda metade já esteja a rolar.
Sinto-me optimista, como sempre.
Afinal, talvez haja felicidade.
E na volta tenho a sorte de ter sido e ser muito feliz.
Parabéns a todos quantos fazem da minha vida o que ela é. Adoro-vos.
Guida
Já disse, algures ali atrás, que um dos meus sonhos de criança era conseguir chegar a outros mundos. Para mim sempre foi óbvio que não somos os únicos. Parafraseando um monstro da literatura de ficção científica, se fossemos só nós era um grande desperdício de espaço.
Ora, como os nossos amigos americanos fizeram o favor de me dar cabo desse sonho, invento eu outra realidade. Aproveito e misturo, na essência, uma das cidades que fazem parte do imaginário das pessoas sensíveis e outro planeta.
O pedaço infantil dessa outra Paris é a realidade que podia ter sido. Porque há sempre vários caminhos e aquilo que somos agora é fruto das opções que tomámos no nosso percurso.
Um beijo de Parabéns, Mike.
Eu não disse?
Uma única visita nesta altura e todas as aventuras da infância retornam para me fazer sorrir.
Quem dera que o meu filho pudesse divertir-se com a mesma liberdade...
Não consigo resistir aos encantos da minha terra.
Eu, que tinha prometido que lutaria contra a divulgação desta tela a qualquer preço...
Mas por favor concedam-me o desconto necessário. É ano de Festa.
Resolvi procurar temas da Festa e de Tomar para pintar, à minha maneira.
No fundo eu gosto daquela cidade e de todas as memórias, até das menos boas, que tenho da minha infância e juventude.
Mas agora, é tempo de Festa dos Tabuleiros.
E viva a Festa!
Dedicado ao parceiro.
Ele é o teimoso.
Ou perseverante.
Eu sou a tormenta, o mar revolto.
Virtudes e defeitos.
Para ti, meu amor.
Sereno com um toque de suspense.
Na volta é como ela, a minha filhota grande.
Ainda não a tinha mencionado neste coiso.
A minha irmã mais nova.
A minha Rita.
O elemento mais refinado da nossa linhagem.
Adjectivos não lhe faltam, é linda, é sensível, é amorosa, defende os animais e as plantas com unhas e dentes, é adepta da vida saudável e conseguiu largar tudo e partir para Londres.
É corajosa, desembaraçada e independente e ao mesmo tempo um bichinho que se enrosca e que só apetece proteger e mimar.
Para mim é sempre a minha pequenita.
Não sei demonstrar, mas adoro-a.
Obrigada, mãe.
Por todas as lágrimas, por todas as preocupações, por todas as noites sem dormir.
Pelos sorrisos, pela cumplicidade, pelo apoio incondicional.
És a mãe mais maravilhosa do mundo.
(... estou outra vez lamechas... são saudades...)
Parece óbvio.
É colorido, é tranquilo.
É real. É carregado de pormenores, embora discreto.
É acolhedor e apelativo.
Mas é também uma carrada de ondas, de curvas aleatórias.
Como se fosse um sonho.
É a verdade, os pés assentes na terra e as nuvens do céu.
Para a Mikas.
Vénia a uma Grande Mulher.
Beijo
As pedras, os pesos e as opções têm algo em comum.
Carregam-se.
Equilibram-se.
Suportam-se na esperança que não se abatam sobre nós.
Às vezes o truque é ter raízes.
Ou não.
(...não faço sentido, mas não sei como ajudar a segurar...)
A nossa Fabiana, no seu blog "Voar no Infinito" - http://sentimentossoltos.blogspot.com, resolveu honrar-me com a sua nomeação para este prémio.
Ainda que isto possa constituir mais uma forma de linkar sites e construir listagens de endereços, sinto-me verdadeiramente lisonjeada com esta nomeação.
Primeiro porque milhares de pessoas lêem a Fabi, tal como eu, e só o facto de ela me mencionar vai trazer-me mais visitas. Depois porque ela é uma pessoa adorável e se me escolheu, alguma coisa boa eu devo ter feito.
Sem a Fabi saber, é bem capaz de me ter trazido um prémio muito mais importante.
Afinal, não sou só defeitos.
E agora, a outra parte e o fim último destas nomeações: os cinco blogs que eu leio sempre que abro o pc! E que me desculpem os restantes, aqueles que, sendo espreitados frequentemente e provocando também gargalhadas e reflexões, já não cabiam nesta listinha tão "piquena".
- No fundo da garrafa - http://nofundodagarrafa.blogs.sapo.pt
- Voar no Infinito - http://sentimentossoltos.blogspot.com
- DaMula - http://damularussa.blospot.com
- Hologramas de Mim - http://hologramasdemim.blogs.sapo.pt e
- Morte sem dor - http://mortesemdor.blospot.com
A ideia é incluir os nomeados no mesmo tipo de brincadeira, portanto, autores dos blogs acima mencionados, façam um esforço e juntem-se à coisa! Copiem o sêlo e façam as vossas escolhas nos vossos coisos!
( sei que nomeei quem me nomeou e não foi a retribuir, é a pura das verdades... se a fabi não contar, ponham lá o Mil Cores - http://milcores.blogs.sapo.pt/ faxabôr)
A minha querida e "boua" Fabiana fez a gentileza de me nomear no seu blog, convidando-me a fazer parte dos milhares de coisos que ostentam o selo "thinking blogger award".
Portanto, para todos os efeitos, eu já estou nomeada!!!!
Agora, o que eu precisava mesmo era de saber como se coloca o dito no coiso!
Até porque já sei, nem sequer é preciso pensar muito, quais são as minhas nomeações. Basta abrir ali os favoritos e transcrever os blogs que lá estão e que eu espreito, religiosamente, sempre que abro a maldita máquina.
Espero que haja uma ou duas ou três alminhas caridosas que me ajudem nesta hora difícil.
Agradecida desde já.
Não sei desenhar, como é notório.
Por isso, pedi que me fizessem o decalque.
Depois acertei o contorno e pintei.
Duas metades de um todo.
Calor, luz e esperança.
É um trabalho de uma outra fase, ainda a experimentar.
Está no quarto do Mini.
Nenhum outro lugar seria mais adequado.
Ele não sabe mas é calor, luz e esperança.
O meu calor, a minha luz e a minha esperança.
A minha vida, o meu maior amor.
(... vou buscar uma musica das que tu gostas, para acompanhar a tela...)
Estou de férias.
E não me perguntem para que servem as minas!
Aquilo que nós fazemos melhor.
Cada um com a sua cor, a sua contribuição.
Todos com o mesmo objectivo.
E o gozo que nos dá quando temos sucesso...
Este é dedicado a todos quantos fazem ou fizeram parte da equipa.
Todos temos os nossos dramas.
Quando não temos, tendemos a dramatizar.
E dramatizamos no sentido puro.
Escrevemos guiões, encenamos, cenografamos e somos protagonistas.
Uns mais credíveis, outros mais rebuscados, alguns ainda com nítida falta de jeito.
Mas actuamos como num palco.
Já os géneros são necessariamente opções quase sempre conscientes. Ou consequentes.
Por mim, embora prefira a comédia, acabo sempre por alinhar em versões "light" de consagrados sérios.
Nunca ganhei nenhum prémio. E duvido que obtenha, alguma vez, um aplauso geral.
Conheço poucos que tenham agradado sempre à plateia.
Mas o lugar que nos impõem é lá, no palco.
Infelizmente.
(O bicho sangrou a meio do percurso... deve ser um filme de terror...)
Este é de uma piquena, filhota de um dos amigos.
Era um bébé, agora é um naco.
Tenho este defeito, acarinho os filhos dos meus amigos como se fossem meus sobrinhos, pronto!
E como não me dou mal, insisto...
É outro defeito...
Afortunados aqueles que tem amigos.
Eu tenho um punhado deles... mas em bom!!!
A minha São é um exemplo disso.
Forte, aquela franga! Com um espírito!
Eu sei que ela tem as suas quebras, claro... Mas tambem, uma pintaínha contra tamanha tempestade, pudera!
O importante é que a franga amainou a tormenta. E navega com coragem, por qualquer tipo de águas.
Ânimo e força, amiga!
Era o fogo porque ele gostava daquilo.
Mas ele gosta sempre daquilo em que se empenha a fundo.
Depois sofre quando pensa que não está à altura.
No fogo ele chegou ao topo. Não se deitou à sombra, que nisto dos incêndios um gajo nem tem tempo de se deitar!! Continuou, seguro, adquirindo mais e mais saber.
Mudou-se, agora completamente, corpo e alma, para a nossa beira.
Os fogos são uma boa recordação.
Mas o empenho e a dedicação são os mesmos aqui, onde o calor do alvo é diferente.
Só se desorganiza mais por dentro.
Grande amigo, sempre disponível.
Grande Carlitos!
É bom ter-te por perto.
Abracinho
Make trade fair.
(Numa coffeeshop: olhe, queria uma cerveja, cerveja não servimos, porra, posso fumar uma ganza e cerveja não há? "doris fom fom")
:)))
Também gosto de buracos na água.
Redemoinhos.
Lembram-me o "funil" de água que se formava debaixo da antiga ponte de madeira.
Coisas de criança.
Faltou-me o beije.
E os pássaros ficaram com penas a mais.
Parece que é um problema comum, as penas a mais.
Cavalos.
Força, pânico, suor, ajuda.
Espírito de manada, de igual entre iguais.
Espuma de determinação.
( o texto era apenas a apresentação... por falta de algum melhor, fica assim...)
Raiva.
Por ser assim.
Por provocar tanta dor.
Por causar uma lágrima que seja.
Por ter a certeza que apesar da consciência do mal que precipito, não vou mudar.
Não mudo o suficiente e devia detestar-me por isso.
(...)
Love me like a baby, love me like an only child
Love me like an ocean; love me like a mother mild
Love me like a father, love me like a prodigal son
Love me like a sister, love me like the world has just begun
Love me like a prodigy, love me like an idiot boy,
Love me like an innocent, love me like your favorite toy
Love me like a virgin, love me like a courtesan,
Love me like a sinner, love me like a dying man.
Annihilate me, infiltrate me, incinerate me, accelerate me, mutilate me, inundate me, violate me, implicate me, vindicate me, devastate me
Love me like a parasite, love me like a dying sun
Love me like a criminal, love me like a man on the run
Radiate me, subjugate me, incubate me, recreate me, demarcate me, educate me, punctuate me, evaluate me, conjugate me, impregnate me, designate me, humiliate me, segregate me, opiate me, calibrate me, replicate me
Sting - Inside
Sinistro como em esquerdo.
Esquerdo por oposição a direito, a certo, a correcto.
Mas do lado do coração.
Avariou-se-me o interruptor na semana passada...
Nem tinha reparado nisso, tão ocupada andava com os problemas dos outros.
Sempre os problemas dos outros.
De repente, olhei e não vi.
Ou melhor, vi... tive uma ligeira esperança.. e depois... nãaaaaa...
E enganei-me.
Como pude não ver?
Só podia ser culpa do interruptor das inseguranças.
Estava "on".
Mas já passou... espero não ter feito estragos definitivos.
Que isto das semelhanças, dos avessos e das inseguranças não mata mas amolenta.
Um pacto antigo não perde facilmente a validade.
Time and time again.
Time and time again.
Time and time and time again.
I can't please myself.
Ohhhh yeah.
I can't please myself and I, I can't please nobody else and...
Time again.
Time and time again.
Time and time and time and time again.
I can't please myself.
No no no no...
(Counting Crows )
Tenham um óptimo Ano Novo
Esta foi pintada, em Junho último, para uma grande Mulher.
Uma Mulher de bons intímos, de consensos, sensível e atenta.
Uma pessoa que lidera, ainda que com doçura, um bando de pardais.
Que nunca se passe e deite metade deles abaixo a tiros de pressão de ar. Alguns bem mereciam.
Para si, com o maior respeito...
Estarei a ficar pitosga de todo?
Ou é desajuste das lentes?
Parecem-me todos desfocados.
Das duas três: ou é dos olhos ou do monitor....
Raispartissem isto!
Pausa nos pensamentos sinuosos... ou o diabo qu´os carregue...
Pintei este no domingo passado.
Devaneio de cor que só depois de pronto me sugeriu o nome que lhe dei.
E porque ontem o meu mano fez anos, são estandartes de Victória.
(trocadilhos do camandro! hehehehe... )
Dizem eles que sonhar ainda é grátis e que é o sonho que comanda a vida.
Não podia estar mais de acordo.
Mas os sonhos, ainda que não passem disso, têm de ser sonhados em silêncio?
É pecado ou falta grave sonhar? Ou admitir que se sonhou? Mesmo com a consciência de que não passou apenas de um sonho? Que foi apenas uma partida da mente e dos seus corredores sinuosos?
Já sonhei imenso. Continuo a sonhar. Na verdadeira acepção da palavra. E na outra.
Dos sonhos, uns e outros, politicamente correctos, posso falar.
Dos outros tenho de calar.
Com grande pena minha.
(E.P. acrílico em painel 40x50)
Os "palhacinhos" servem apenas para ilustrar o pensamento do dia.
Hoje apetece-me tornar público que agradeço, todos os dias, interiormente, às pessoas que, ao longo da minha vida, me amaram.
Sei que sou afortunada por ter tido ou ainda ter esses amores.
Só não sei se teria sido capaz de amar alguém como eu... e muito menos de o fazer durante tantos anos.
Desta já tinha saudades...
Voltei a revê-la hoje, ao fim de dois anos bem entregue à amiga que a inspirou.
Serviu para lhe fazer uma homenagem a ela, à sua força e determinação.
Serve sempre, para mim, para demonstrar que a batalha dela e de tantas mulheres, apesar de hercúlea, foi vencida. Porque é possível vencer batalhas, por mais difíceis que se apresentem, quando se é grande de espírito.
Não sei se fiz pela minha amiga, durante essa batalha, tudo quanto ela precisava. Mea culpa. Mas não passa um único dia em que eu não pense nela com grande orgulho.
Por cada sorriso com que nos presenteaste durante as tuas provações, um muito obrigada.
És uma grande Mulher.
(para a Mizé, com um abraço)
Pintei esta ontem de manhã, quando cheguei a casa.
Não era bem nisto que estava a pensar e as cores iniciais hão-de surgir numa outra ocasião.
Mas desta vez, saiu assim... como tanta coisa nesta vida que não era exactamente desta ou daquela forma que a tínhamos imaginado, que nos merece esforço, empenhamento e dedicação e que no fim, resulta diferente. E de cujo resultado, afinal, gostamos. Gostamos tanto que reflectimos sobre se, afinal, vale a pena estabelecer metas assim tão bem delineadas. Talvez seja preferível apostar no essencial do que queremos e apreciar os pormenores de cada conquista, por si, como um prémio surpreendente. Talvez poupe nas desilusões.
Ou não...
[ ao som de Chasing Cars - Snow Patrol (obrigada rato, meu amigo) ]
(...)
It's 4:30 A.M. on a Tuesday
It doesn't get much worse than this
In beds in little rooms in buildings in the middle
of these lives which are completely meaningless
Help me stay awake, I'm falling...
Asleep in perfect blue buildings
Beside the green apple sea
Gonna get me a little oblivion
Try to keep myself away from myself and me
I got bones beneath my skin, and mister...
There's a skeleton in every man's house
Beneath the dust and love and sweat that hangs on everybody
There's a dead man trying to get out
Please help me stay awake, I'm falling...
Asleep in perfect blue buildings
Beside the green apple sea
Gonna get me a little oblivion baby
Try to keep myself away from me
Counting Crows - Perfect Blue Buildings
Hoje começo a saga dos buracos.
Não sei exactamente quantos buracos já produzi... estou pior que o George Lucas...
Este foi mais ou menos assim:
"Ah e tal, porque prometeste uma tela aos miudos e a casa está a estrear e devias cumprir..."
"Tá bem!" E pronto, numa tarde solarenga, apareceu isto...
Deve ter sido um dia normal, em que eu era uma mulher absolutamente normal. Por isso é que a outra dizia que qualquer um pinta uma coisa destas.
Mas eu tenho é queda para este tipo de sinistro. Ou então, já fui toupeira, noutra vida.
Whatever...
Intenção de ontem para post de hoje.
Cansaço, raiva, impotência...
Não sei exactamente que pequeno drama interior inspirou esta tela.
Mas é óbvio que era violento.
A agressividade, em sentido literal, regressa, a espaços.
Ontem era assim.
Mas já passou.
Esta é dedicada a Plutão.
Para castigo, e em compensação, arranjei mais quatro Martes para fazerem companhia ao planeta que ainda (repito, ainda!) faz parte do nosso sistema solar.
Se se lembram de me interromper a ladaínha, fico possessa.
E para mim, o pequeno Plutão vai ter sempre lugar no meu imaginário.
Eu, que sonhava ainda ter tempo e oportunidade para explorar a última fronteira, não vou deixar que me encolham ainda mais o horizonte.
Cinco Martes, pois então!
Comecei a pintar em 2000, depois de ter recebido um cavalete e uma caixa de tintas como prenda de Natal.
Sempre fui dada às minhoquices do bricolage e o parceiro deve ter achado que pintar podia ser uma forma de me distrair e ter um passatempo.
A primeira tela que pintei demorou meses. Era um painel grande a óleo, talvez 80x60 e "retratava" um monumento que é património da Humanidade. E que por acaso é um dos ex-libris da minha terra. Ficou tão lindo ou tão feio que me escusarei, com todas as minhas forças, a mostrá-lo em público. Mas o meu pai gosta. Os pais têm destas coisas.
O segundo trabalho primou pela modéstia. Quer no tamanho, quer no objectivo. Convenhamos que me saí francamente melhor. Mas também, o mar e a lua, de noite, são fáceis de pintar.
Depois parei. Por falta de tempo que era gasto noutros projectos, por desencanto com a demora dos trabalhos a óleo, sei lá.
Regressei à companhia dos meus queridos pinceis e tintas em 2004/05.
Descobri as vantagens do acrílico que, apesar de não oferecer texturas tão ricas em cor, me permite colocar na tela em tempo record aquilo que me vai surgindo. Porque, como em muitas outras coisas da vida, eu empenho-me mas gosto de ver resultados. De contrário, esmoreço.
E tem sido assim.
Não sei ao certo quantas telas tenho espalhadas por aí. A maior parte delas foi pintada propositadamente para o actual proprietário. De algumas não tenho sequer foto.
Ultimamente, surgem-me ideias em catadupa. Já nem dou vazão.
Tenho de arranjar um patrocinador!
Aqui ainda andava a tentar conformar-me com a minha falta de jeito para o desenho.
Talvez por isso tenha feito um par. Na dúvida, ficam já dois. Depois, logo se vê.
E foi o que se viu.
Não se trata de nenhuma prova de um qualquer teste psicotécnico.
Nem tão pouco um exercício ao estilo Professor Amba, para hipnotizar os incautos e obrigá-los aos mais estapafúrdios comportamentos.
É apenas introspectivo.
Porque a maior parte das vezes é preciso dar milhentas voltas para atingir o âmago da questão. Mesmo quando a questão é apenas o nosso eu.
O amigo a quem o ofereci, porque foi para ele que o pintei, já chegou ao cerne de ele próprio. Não tem grandes dúvidas existenciais. Mas continua a fazer o percurso interno da espiral. Quando se é metódico por natureza, não se descuram exercícios de verificação. Não vá o Diabo tecê-las. Outra vez.
(... esta é uma pequena homenagem à grandeza desse amigo essencial)
Sou uma mulher de fases.
Passei horrores com a plataforma dos 30. Aos 29,75 já tinha como certo que o mundo ia acabar no dia fatídico e pesava todo o meu percurso, medindo as fracas possibilidades que, julgava eu, se colocariam à frente. Achava que tinha vivido pouco e que nada tinha conseguido. Aos 30,01 reparei que ainda era uma criança. Olhei para trás, ri-me dos meus dramazinhos e avancei.
Acreditam que aconteceu tudo de novo, com mais ardor, aos 39,75????
Foi terrível. Pintei isto.
Já me ri e já empreendi de novo a caminhada.
Acho que sou feliz.
Pelo menos estou nessa fase.
Este deve ser o que tem o nome mais original e inusitado!
Não são balões, são bolas mesmo.
É cor tratada com a raiva de um garfo. Literalmente.
Mas como não rumino as minhas dores, já não me lembro que raiva era...
Sou uma alma a cores.
... bonito lhe parece...
Não sei porque me lembra aquele provérbio.
Porque ali a minha Vénus tripartida, para além de feminina, é bela. Ou talvez a beleza lhe seja tambem intrínseca. Daí não precisar de parecer bela segundo os padrões em vigor.
Este é o tríptico que defende a teoria.
Façam como eu digo, não como eu faço.
Este é o lado "Império Romano".
E perguntam vocês, que raio é um lado "Império Romano"?
Hum.
É o nosso imaginário Quo Vadis e Ben Hur, ora...
Aquela parte de nós que se imaginou já num jantar romano, deitadinhos naquelas cadeiras/camas, a comer uvas até mais não e a ser abanados afanosamente por um mestiço digno de uma passarelle de Gaultier. Nós as mulheres com o cabelo entrançado e com aqueles vestidinhos drapeados, a cair (cai sempre lindamente, aquele tipo de trapos) e os homens ainda na fase máscula e bruta, com os biceps untados e saltitantes. A segunda parte deste sonho obrigatório toda a gente sabe como decorre.
Se estão a trabalhar, não divaguem demasiado! É capaz de se notar!
E dizia o sócio sócio: "Quem, eu??"
Claro que não, um sócio nestas coisas dos pinceis e das telas, mas um daqueles talhados à medida.
E o escolhido tem tudo para ser o sócio perfeito.
Para já pinta lindamente. Mas pinta a sério, coisas que parecem coisas, ou vegetais, ou animais. No caso dos vegetais, só tem um senão: pinta-os com casca.
O que nos leva à segunda característica maravilhosa. É tímido. Teme que a sua expressão revele ao mundo os seus medos, as suas inseguranças. E lamenta não conseguir soltar os pinceis. Como se isso fosse alguma doença.
O meu sócio, que será sempre o meu parceiro nestas coisas ainda que nunca o consiga convencer a trazer aqui os seus trabalhos, é um dos grandes impulsionadores desta montra.
A ti, meu caro Pokemon, obrigada.
Fico à tua espera por aqui.
Um dos meus exercícios preferidos é pintar alguém... ou no mínimo, pintar para alguém.
Este pintei-o a propósito da amizade estranha que tenho por uma alma extraordinária.
Como essa amizade se faz num percurso calcorreado a par, sempre à distância de mais de um braço, para um destino inimaginável, surgiu isto.
Para o meu poeta intermitente, cá vai.
Sim, já sei que devia ter-me apresentado e introduzido a intenção desta coisa.
Mas como este blog pretende servir apenas para mostrar o que me sai do pincel, da espátula e dos dedos, nada melhor que mandar um dos meus Generais à frente.
Aqui vão ficar, então, com maior ou menor relutância, trabalhos meus, frutos do mau feitio e dos sonhos diários de uma mulher igual às outras. Em alguns dias, mais igual que noutros.
Um dia, vou perder a timidez...
Apostamos?
(Para ti que me empurraste nestas lides, que tens estado sempre ao meu lado e com quem tenho criado as melhores coisas, um beijo eterno)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
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